Não podemos negar a incansável busca do homem pelo
conhecimento, claro alguns mais que outros, como já falamos aqui, mas enfim,
nós buscamos entender o cosmos e seu arché através da mitologia, religião,
filosofia e a falta de certeza do que é a arché nos traz um misto de fogo,
água, ar, terra, tempo, uma mistura inegável da natureza com os medos humanos.
Com os anos fomos capazes de construir um universo
comunicável, matemático, físico, químico, filosófico e com inúmeras outras ciências,
porém não fomos capazes de nos mantermos imunes as especulações.
Heráclito seguiu a linha de raciocínio de que só é possível
penetrar nos segredos da natureza se conhecermos os segredos do homem. Mas só
com os sofistas é que passamos a realmente colocarmos o homem em enfoque.
Com o pensamento socrático obtivemos uma nova perspectiva,
passando a perguntar-se “o que é o homem?". Tal perspectiva pode ser
considerada como um dos meios da antropologia filosófica. Mas afinal de contas,
o que é a parte da filosofia dedicada a antropologia?
O conceito é bem recente, surgindo do filósofo alemão, Max
Scheler, o qual considerava a antropologia filosófica como uma ponte entre as
ciências positivas e o metafísico.
Colocar o homem em primeiro plano, questionar o sentido da
própria existência, esses meios de pensamentos são uma completa ruptora com
qualquer outro ramo da filosofia.
É mais claro de se observar esses conceitos ao analisarmos
as obras de Salvador Dalí, que involuntariamente questiona a existência de quem
observa sua arte:
Criança
geopolítica observando o nascimento do homem novo
Pintura
de Salvador Dalí - Fonte: Google Imagens
O fato
é que estamos em uma constante busca de si mesmo, para nós humanos a criatura
mais prodigiosa da natureza não pode viver sem conhecer o sentido da sua
existência, sua essência.
Nesse
contexto trago a vocês um filme nacional de características bem peculiares,
capaz de nos levar a um questionamento metafísico bem próximo ao imaginado por
Scheler ao descrever a antropologia filosófica: "A Antropóloga".
Cena
do filme A Antropóloga - 2011 - Fonte g1
Temos
aqui uma mistura de imaginação, com o medo do sobrenatural, os conhecimentos da
cultura popular, e a ciência. É uma oportunidade incrível de observar como os
questionamentos sobre o homem nos transforma e até onde somos capazes de chegar
com nossas dúvidas.
Referências:
Vaz,
Leandro. Medium. A antropologia filosófica. Disponível em:
<https://medium.com/@leonardo_vaz/a-antropologia-filos%C3%B3fica-468bff191afd>;